segunda-feira, maio 05, 2008

O impacto da ilha desconhecida - parte I

Hoje, sem querer, me deparei com o livro "O conto da ilha desconhecida" de José Saramago no meu caminho. Tal como a pedra de Drummond. Explico. O livro estava me esperando com um bilhetinho dentro que dizia que aquela era uma oferta do movimento Book Crossing.

Eu já conhecia a idéia e atraída pelo autor, resolvi participar. Peguei o livro e amanhã passarei outro pra frente. Tomara que alguém pegue-o e leia.

Com o meu livrinho nas mãos, fui almoçar. E raramente faço isso sozinha. (Ufa!) Quando isto ocorre como correndo ou me dou ao luxo de ir em algum lugar diferente. Fiquei com a segunda opção. Depois da refeição, parei em uma cafeteria e lá comecei a degustar o texto junto com o expresso.

A primeira parte do conto narra com maestria a máquina burocrática em que tarefas são delegadas para não serem cumpridas de um modo mais sutil.

Além disso, a porta dos obséquios é uma metáfora excelente para mostrar todos os egos que lutam por mimos ofertados em reverência ao seu poder em nossa sociedade.

Por fim, surge o popular que clama por um modo de viabilizar seus anseios. Somente aquele que ousou romper a muralha da máquina enferrujada é que consegue algo analisado diretamente pelo verdadeiro operador da engrenagem. Os que seguem o "rito ordinário" são largados nas mãos de terceiros, estagiários ou de qualquer outros subordinados que surgir pela frente.

Isto é o que vemos todos os dias nas mais diversas organizações. Falta de comprometimento!

Porém, nem todos são assim. Neste caso, há a Mulher da Limpeza. Ela faz o trabalho dela, o de todos os outros e no fim ainda consegue analisar a sua realidade de modo crítico sem deixar de sonhar.

Vou dormir hoje pensando no exemplo dela...

Bons sonhos pra todos vocês!

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